Marcas

Eu não me recordo da maioria das pessoas que passaram pela minha vida e para ser franca, não lembro o nome de algumas que eu beijei.

Pois as marcas que eu carrego comigo, são bem profundas e as levo onde quer que eu tenha que ir. Mas mais cedo ou mais tarde, o que é superficial sempre desaparece.

Eu me lembro claramente o instante em que vi pela primeira vez as pessoas que eu amo e gosto de verdade, algumas eu nem cheguei a ver, mas guardei o momento em que elas entraram para minha vida:

A Primeira vez que o vi: Uma tarde, uma festa de rua e há muito anos. Duas semanas depois lhe ofereci um sorvete e mesmo recebendo um não, ele nunca mais saiu da minha vida. E eu nunca deixei de lhe dizer sim.

Foi uma dessas amizades modernas: Dessas que começam em um chat do Terra e continuam por dias em noites no MSN. Ela é uma das pessoas mais especiais que conheci e mesmo tendo nome de flor, tem a força de um oceano.

Uma geração incompreendida: Você sabe que encontrou um amigo pra vida toda, quando você senta em uma praça, faz castelos de areia e oferece o seu esconderijo para um papo mais franco e para sempre. Eu tinha 16 anos e espero ainda poder fazer castelos de areias ao lado dela no meu aniversário de 60.

Com gente esquisita: Ela foi transferida de colégio e era amiga fiel da minha quase irmã. Era uma promessa de ódio/ciúme eterno, mas foi vê-la, e meu coração virou festa de aniversário. Já são sete anos, nenhuma briga e muitos amores. Para sempre e sempre.

Tudo roxo: Somos vizinhos desde sempre e quando tínhamos seis anos brigamos porque o pai dele comprou uma bicicleta pra ele que era igual a minha, só que era preta: “a minha é preta, mais bonita”, “não é não! Eu gosto de roxo! E se tu não calar a boca eu chamo a professora!”. Nossas brigas nunca mais foram às mesmas, mas nossa amizade sempre foi igual.

E sinceramente: Se eu não me lembro do nome do primeiro rapaz que eu beijei, pouco me importo. Pois sempre, por toda a minha vida, levarei todos estes momentos dentro de mim.