quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Notícia


Tudo começou nos idos anos de 2005/2006 quando meu irmão, amado por poucos e odiado por muitos, me apresenta um amigo estudante de jornalismo. Depois disso eu o vi no máximo uma vez por ano. A penúltima vez que o vi foi em um bar, com uns amigos e umas cervejas, a única vez em que pude conversar com ele mais de dez minutos, na verdade quase uma noite inteira. Primeira vez que nos vimos solteiros.
Solteirice a minha que não durou muito tempo. Comecei a namorar em um sábado (dia do pecado! Pelo menos dos meus) e uma semana depois saímos com o meu irmão (amado pela namorida e odiado pelo resto, sim, ele piorou com o tempo) para beber.
Eu estava no meu canto (Deus é testemunha!), quando o jornalista, agora formado, passa e me olha. Sorri e acenei igual miss, algo como: “oi plebe! :D”. Depois meu irmão surge de trás de umas caixas de cervejas, jornalista passa, vê ele, puxa uma cadeira e começa a falar coisas que o som estridente da banda não me permitiu entender. Achei normal, a conversa não era comigo, amigo não era meu, então me concentrei em beber e conversar com o Joel (namorado, amigo e parceiro pra todas as indiadas que a namorada maluca propõe!)
                Cervejas depois, a nossa mesa que tinha seis pessoas, agora tinha umas 15! E Joel se distrai conversando com uma Mini Menina (casada e com marido presente) e mantenho o foco na cerveja. Ocasionalmente roubando a caipirinha do jornalista e sorrindo igual miss. Quando jornalista começa apontar pra minha pessoinha, fazendo comentários com o meu irmão e me olhando o tempo restante.
Jornalista:  Você... SOM ESTRIDENTE DA BANDA... sempre que te vejo!
Eu: verdade né... (vácuo)
Jornalista: Quem sabe... SOM ESTRIDENTE DA BANDA... algum lugar...
Eu: Pois é... (vácuo) (crise de sinceridade) NÃO ESTOU OUVINDO P**** NENHUMA!
Jornalista me olha, sorri, levanta, faz a volta na mesa e me convida para levantar e acompanhá-lo até o bar. Ninguém se atenta para este cena, pois até onde eu sabia o mal não morava dentro daquele rapaz. Mas não só o mal mora dentro dele, como também a falta de apego a vida, pois quando chegamos ao bar recostei na bancada:
Jornalista: Quero te perguntar uma coisa.
Eu: Pois pergunte :D
Jornalista: SE... Eu te desse um beijo... O Cara ali ficaria muito, muito, muito furioso?
Gente, como assim? Pessoa acorda, olha no espelho e diz: “meu nome é discórdia!”? O que se faz em uma situaçà dessas? Dá um tapa? Pede pra sair? Faz como, pra eliminar essa realidade paralela? Porque acredito que só em outro mundo uma pessoa pode ser TÃO escrota.
Daí dei um sonoro “não”, baixei a cabeça e sentei no meu lugar.  Ele respirou, levantou a cabeça e sentou no seu lugar.  E a cada passo que dei, ele estava me observando e RINDO DA MINHA CARA! Fui ao banheiro e quando saí, ele estava lá do lado, parado encostado em uma parede, me olhando e RINDO DA MINHA CARA! E foi assim durante quase uma hora quando no meio do caos vem a coragem:
Eu: Chega!? Já riu e provocou o bastante?
Jornalista, olhos azuis, alto e cabelo preto. Olha no fundo dos meus olhos: Tem certeza?
E lendo a minha expressão de fúria desenhada na face ele levanta, coloca o seu casaco e sai sem se despedir de ninguém.
Após refletir alguns minutos sobre o assunto resolvo tornar a situação pela qual passei pública e conto tuuuudo para Joel, que tece um comentário sucinto sobre o ocorrido:
Joel: EU-VOU-MATAR-AQUELE-JORNALISTA!

Gente, fim do mundo está próximo, sinais no apocalipse! Corram para as montanhas ou bebam, bebam até esquecerem a existência de gente escrota e a ausência da racionalidade de namorados ciumentos!