Com
16 anos vivia um amor louco, que me tirava a razão e a paz. Sobrevivi a esta
tempestade por dez anos, com cicatrizes e feridas abertas. Guardei tudo no
bolso e segui em frente.
Depois
disso tomei decisões que me levaram á vida adulta, com mais certeza, mais
seriedade e esperanças.
Por
vezes me sinto criança sem resposta que procura o colo e a compreensão da mãe,
mas a vida não é assim. Nunca é.
Estou
em um período que tento me recordar as agruras que vivia na adolescência,
quando eu amava mais que do que o meu juízo poderia permitir. Não tinha
critério do que era concebido por normal e salutar.
Amava
escrever e sentir que todo o mal fluía para fora através da escrita.
Até
que um dia eu quebrei. Não. Melhor: fui quebrando. Coisas muito ruins
aconteceram e eu não sabia o que fazer, fui transformando tudo em rolo de lã e
tentei engolir, mas não passou.
E
fui vivendo quebrada, deixando meus pedacinhos por aí. Tentei focar em não
reproduzir padrões aprendidos. Juntei as forças para ter uma profissão e
sobreviver.
Não
queria mais viver como uma personagem da Clara Averbuck, não me permitiria mais
ser assim: queimando rápido, destruindo tudo por aí e vivendo na e da incerteza.
Eu só queria paz.
Acho
que quando a gente fica adulto, a gente só quer ter paz para um final de semana
na praia, um café da manhã demorado no domingo, um banho quente no final do
dia, uma refeição quente em um dia de frio, ouvir música em um sábado de noite,
sentir cheiro de chuva no verão e sentir a tranquilidade de uma noite de sono.
O
percurso é bem difícil, fico perdida em vários momentos. Bate medo com
frequência e a certeza não existe. Mas está tudo bem, importante é saber onde
quero ir e vestir meu manto.
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